terça-feira, 6 de setembro de 2016

EVOÉ!!!

O ator é de onde a arte está.

Acordei com esta frase no meu ouvido. Aliás, ontem à noite ela já estava ecoando na minha cabeça.
E é isso. O ator não pode ter dono ou casa. Não pode ter amarras. Não pode muito menos ter pudores. Pudica, só se for em personagens.
O ator é apenas um corpo a ser emprestado. Uma espécie de recipiente que guarda algo mágico.
E essa magia - como toda magia que se preza - transcende o ator. E é exatamente assim que tem que ser: deixarmos de ser nós para sermos quem a arte quer que sejamos.
No palco, seja ele qual for, quem deve brilhar é o personagem. Nós temos que nos esvaziarmos de nós e nos enchermos dele. Ou melhor, nos transbordarmos dele. 
O ator não pode ser limitado. A ninguém e a nada. Ele precisa sim, reconhecer seus limites para então ultrapassá-los.
Ouvi do meu professor de teatro (Paulo Rhasta, óh você aqui, rsrsrs) que "o ator não é ser humano, é mais do que isso." E não é que ele tem razão?
Temos que ser mais. Porque se não formos, a arte será menos. 
E a arte, ahhhh, essa nunca pode ser menos.







quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"A HUMANIDADE É DESUMANA"

*Imagem retirada da internet
Sofro de "angústia criativa". E hoje estou tendo uma crise.
Tem um monte de coisas fervilhando na minha cabeça e eu preciso colocá-las pra fora.
O que mais tem martelado aqui na minha cuca é a situação em que o mundo se encontra. 
Ok. Sei que este tema é lugar comum, mas, preciso falar sobre, falar minha percepção a respeito.
Eu ando muito assustada com a ignorância do ser humano. Essa ignorância que vem em forma de violência gratuita, seja física ou verbalizada.
Em tempos de redes sociais então, meu Deus! É cada coisa que eu leio que não acredito. Custo a aceitar que as pessoas são tão ignorantes, tão preconceituosas, tão agressivas.
Me amedronta e me atormenta pensar naquela famosa e repetida pergunta: "onde vamos parar?"
Pois é. Para onde a humanidade está caminhando?
Estou aqui escrevendo com a sensação de já ter lido isso. É que o tema é clichê, é recorrente.
Às vezes penso que, apesar de saber que a espiritualidade é perfeita, erraram na hora da logística da minha reencarnação. Eu não posso ser desse mundo. Já pensei até se eu não seria um E.T. porque é assim que me sinto quando vejo, leio, presencio certas coisas.
Não assimilo, não aceito essas demonstrações de agressão que soam como algo normal. Quanto desamor, gente.
Fico me perguntando - principalmente quando tenho esses surtos de angústia criativa - qual a dificuldade que as pessoas têm de respeitar as outras? Qual a dificuldade em respeitar o espaço do outro, as ideias do outro, os ideais do outro?
Ficaria aqui escrevendo o blog todo só com este tema.
Mas vou encerrando o texto nesse parágrafo - deixando para reflexão as perguntas acima - pois sei que outra coisa que assola a humanidade é a preguiça, principalmente de ler e interpretar, consequentemente. Ops, isso é assunto pra outro post.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

"TÔ" PRESA.

É um assunto pesado, triste, chato
Não é fácil falar sobre.
Falar de quem tá trancado, guardado, encarcerado.
E quando o trancafiado é mulher, tratar desse assunto é mais complicado

Abordagem, algema, carceragem
"- Cadê meu batom, minha maquiagem?"
"- Aqui não, gatinha. Tú não tá na balada. Isso não é pista.
 Aqui não se ganha nada, se conquista."

Parece bate papo de amiga, mas não é.
É a dura realidade da mulher.
Da mulher negra, presidiária
Que numa luta diária tenta sobreviver

Vaidade, unha feita, cabelo bonito.
Isso não é boate.
A realidade, atrás dessa grade, é dolorida, sofrida.

Tá grávida? Hum, que pena.
Isso não vai te ajudar na redução da pena.
Pensa que por isso não vai apanhar? Hahahahahahaha.

Aqui dentro, você é um homem.
Pouco importa se engravida ou menstrua.
Isso você faz na rua.
Aqui tem porrada, covardia e tortura.

Atrás da grade
A gente beira a loucura
Insanidade que invade
A mente surta

A paciência é curta
Não vemos cura
A justiça pouco faz
É difícil saber qual de nós sofre mais

A verdade, que arde
É que aqui as pretas são a maioria
Mas isso tanto faz
É difícil saber qual de nós sofre mais



                                                            * Escrevi este texto baseado em algumas histórias reais retratadas no livro acima.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A ABOLIÇÃO NOS SALVOU?



Reclamamos, queremos, buscamos.
Somos apontados, ameaçados,
injustiçados, marginalizados.
Mas pra você é tudo invenção:
Não sofremos. Exageramos.
Vemos coisa onde não tem,
criamos uma opressão.
Opressão que foi criada por você.
Você que não me vê lá no alto do morro,
pedindo socorro, querendo atenção.
Você que não entende que sou negro, pobre,
porém, não sou bandido, não.
Moro na comunidade. E daí?
Isso é motivo pro seu julgamento?
Não te entendo. Juro, eu tento.
Me chama de mimizento, de reclamão.
Quer dar opinião na minha luta.
Só que se esquece que é neto do engenho que me acorrentou, me escravizou.
A abolição nos salvou?
Não. Só soltaram nossas correntes.
Mas não vamos desistir.
Permaneceremos na labuta.
Na luta para que você entenda,
ainda que te ofenda,
que o tronco não é mais o nosso lugar.
Nosso lugar é nas empresas, universidades, em qualquer posição na sociedade.
Nosso lugar é onde nós queremos estar.
E nada - nem ninguém - vai nos parar.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

SOBRE COISAS QUE ME FAZ FELIZ



Gente, como eu já disse aqui, sou atriz e produtora do Grupo Palco do Mil Sonhos - G.P.M.S e no último dia 19 de abril tivemos o XV Encontro Raça Afro e o evento foi simplesmente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O.
Eu fico a cada dia mais feliz em ver os frutos desse trabalho tão lindo.
Quer matar a curiosidade? Basta clicar no link abaixo:









sexta-feira, 18 de março de 2016

PROMESSAS HÃO DE SER CUMPRIDAS










Postzinho só pra informar que estou voltando e dessa vez é pra valer.
Ok. Já prometi isso várias vezes. Mas dessa vez é verdade. Não é promessa de político.




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A VOLTA DO BOÊMIO. NO CASO, DA BOÊMIA.

Quando eu era criança, tinha pavor que minha mãe resolvesse soltar o meu cabelo. Até chorava. Afinal, nenhuma coleguinha tinha o cabelo igual ao meu. Ou pelo menos, 98 % delas.
"Mãe, por que a Xuxa tem aquele cabelo? Quero um cabelo igual ao dela." E era assim. E foi assim um bom tempo.
Tive minha auto estima baixíssima por muitos e muitos anos. E infelizmente, pela minha vida passaram algumas pessoas que contribuíram pra isso.
Mas hoje é diferente. Como viciada em redes sociais que sou, posto fotos o tempo todo. Principalmente dos meus cabelos. Quanto mais volumosos e bagunçados, melhor. Hoje eu amo os meus cabelos, muito.
Ops...isso não é uma postagem sobre cabelos, nem sobre minha porção narcisa.
É sim, uma postagem sobre mim. Corrigindo: é uma postagem sobre transformação.
Sim, foi isso que aconteceu. Uma verdadeira transformação na minha vida. E não foi só nos cabelos. Foi uma transformação interior, tão profunda, tão intensa, que externou. As pessoas que sempre estiveram em minha vida notam facilmente a metamorfose.
Estou bem mais confiante em mim e no meu potencial, me amo incondicionalmente e não permito que ninguém mais me  achincalhe.
A volta do meu blog, entre outros projetos, marca esta minha nova fase. A começar pelo layout, que foi cuidadosamente e carinhosamente criado pelo meu amigo Antonio e que não só conseguiu fazer uma leitura de mim, como conseguiu transcrevê-la nesta capa linda. Está a minha cara!
Espero que vocês gostem do que verão por aqui. Quero sugestões, críticas (positivas ou não) e comentários, muitos comentários, porque como sabem, gosto de ibope e não nego.
Bem vindos ao meu mundo!